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Notícias

10/09/2018

AEE nas escolas

Formação de Familiares envolve a comunidade no dia a dia da escola

Formação de Familiares envolve a comunidade no dia a dia da escola

Conheça a experiência de duas escolas de diferentes contextos no Brasil e na Colômbia e veja dicas para organizar essa Atuação Educativa de Êxito

Responder às necessidades das famílias e ajudá-las a transformar suas condições de vida é uma das premissas da Formação de Familiares. Esta Atuação Educativa de Êxito consiste na criação de situações de aprendizagem dirigidas a familiares de estudantes, dentro do ambiente escolar. Os temas podem ser diversos, o importante é que as formações oferecidas atendam às demandas definidas pelas próprias famílias.

Em 2017, a escola Francisca Gadelha Pires, localizada em Horizonte, no interior do Ceará (Brasil) decidiu dar início a essa prática e o caminho escolhido pela instituição foi atrelar as atividades formativas às necessidades de geração de renda e economia doméstica, priorizando o uso de materiais acessíveis.

“No ano passado, nós conseguimos organizar um calendário e fomos realizando as oficinas de acordo com o que as mães foram pedindo. Fizemos oficinas de reaproveitamento de material reciclável: uma com garrafas de vidro, uma com retalhos para tapeçaria e outra com EVA. E tivemos também uma formação para reaproveitamento de alimentos, as três últimas foram ministradas por mães de alunos”, conta o diretor, Maurício Lima.

Antes delas, a escola tentou promover um curso de alfabetização, mas teve pouca adesão. Para garantir a participação, as novas oficinas foram programadas a partir das demandas das mães e de acordo com a disponibilidade delas. “A maioria não tinha uma renda e queria aprender alguma coisa para poder ajudar nesta parte”, comenta o diretor.

Prestes a completar 70 anos, avó de aluna aprende a ler e a escrever por meio da Formação de Familiares. Leia aqui

Francisca Adriana Lemos, mãe de um aluno do sexto ano, é uma das participantes mais assíduas. Ela assistiu a todas as oficinas e foi convidada pelo diretor para dar aulas de tapeçarias para as outras mães. “Eu não tenho estudo suficiente, mas eu tenho experiência de vida. E meu objetivo é ajudar, porque eu já trabalho no ramo da confecção, meu trabalho é fabricar peças, roupas. Ouvir de uma outra mãe ‘eu consegui aprender porque você me ajudou’ pra mim é maravilhoso”, diz.

Além das formações, Adriana participa dos Grupos Interativos e faz questão de acompanhar de perto o desenvolvimento de seu filho, diagnosticado com hiperatividade. “Com este projeto, eu aprendi que nós precisamos nos unir para melhorar a aprendizagem dos nossos filhos. Mas nós estamos precisando nos aprimorar, porque os nossos estudos não são os mesmos de hoje”, afirma.

Adriana gostaria de aprender sobre técnicas e métodos para acompanhar melhor o filho em seus estudos e ajudá-lo nas lições de casa. Para ela, a presença dos familiares dentro da sala de aula estimula as crianças e desafoga os professores, além de melhorar a relação de confiança entre a família e a escola. “Nós passamos a entender melhor as dificuldades dos nossos filhos. Família, escola e comunidade precisam estar juntas”, resume a mãe.

Articulada a partir dos interesses da comunidade, a Formação de Familiares pode ser uma porta de entrada para envolver as famílias em outras atividades da escola. Na EMEF Francisca Gadelha esse tipo de atuação educativa tem ajudado a criar um ambiente de cumplicidade entre as mães, as encorajando, pouco a pouco, para se integrarem aos processos educacionais. E isso tem impactado positivamente na Educação de seus filhos.

 

Como organizar uma Formação de Familiares?

Retomar os Sonhos, trabalhar junto às Comissões Mistas e mobilizar parceiros. É assim que a comunidade da escola Cacicazgo tem se organizado para criar oportunidades de aprendizagem significativas para estudantes, ex-alunos e seus familiares.

Fase dos Sonhos na escola Cacicazgo

A escola está localizada no município de Suesca, em uma zona rural próxima à área urbana. Há um ano, oferece aulas de informática abertas à comunidade e, mais recentemente, iniciou também turmas de inglês. A professora Miriam Amaya, integrante da Comissão Mista Acadêmica, nos contou quais passos deram certo no trabalho de Formação de Familiares implementado pela escola até aqui. É o que compartilhamos a seguir.

- Planejar as formações junto a uma Comissão Mista

“Em primeiro lugar, a iniciativa teve início desde o trabalho dos Sonhos. Depois, com as Comissões Mistas, começamos a trabalhar. Eu integrei a [Comissão] Acadêmica, e foi aí onde vimos que realmente a comunidade também precisava de formação, para que possam, assim, colaborar com seus filhos e melhorar a Educação”, explica Miriam. Formada por professores, familiares, alunos e voluntários, as Comissões Mistas têm grande potencial para captar, atualizar e articular as demandas de formação de familiares que surgem na comunidade.

- Compreender os interesses e necessidades da comunidade

Na escola Cacicazgo, o primeiro passo para entender as demandas dos familiares foi retomar os Sonhos. “Entre os Sonhos estavam, entre outros: implementar no colégio cursos de Educação Informal que favorecessem não apenas aos estudantes, mas também aos membros da comunidade, aos pais de família, aos ex-alunos etc”, pontua a professora. Após identificar os interesses da comunidade, é importante adequar espaços e horários que facilitem a participação.

- Planejar conteúdos relevantes

A escola colombiana oferece cursos de Informática e Inglês Básico. As turmas integram estudantes e familiares em espaços de aprendizagem compartilhados, e têm atraído também jovens da comunidade que terminaram seus estudos e buscam se preparar para o mercado de trabalho. “Nos diferentes cursos participam estudantes, pais de família, ex-alunos, todos em uma mesma turma, em uma mesma aula, e, na verdade, é uma experiência muito bonita, muito compartilhada. Há muita harmonia entre eles e colaboração mútua”, avalia Miriam.

- Buscar apoio e mobilizar parceiros

Os cursos oferecidos são ministrados por instrutores do Servicio Nacional de Aprendizaje (SENA), com o qual a escola mantém um convênio para formações. Além disso, a escola buscou parcerias com empresas locais que contribuem com recursos financeiros. Em muitas escolas, as formações são realizadas em parceria com familiares ou pessoas da comunidade que se voluntariam e se revezam durante as aulas. Fazer esta articulação também pode ser papel das Comissões Mistas. Muitas vezes a própria escola reorganiza seus recursos humanos para atender às necessidades da formação. Não é imprescindível investir recursos financeiros.

- Divulgar e avaliar as ações

Para que as atividades sejam bem-sucedidas, é importante que as formações sejam amplamente divulgadas aos familiares e à comunidade. E para garantir sua relevância e continuidade, escola e comunidade devem se juntar para monitorar e avaliar as ações continuamente.

Aula de Inglês para a comunidade na escola Cacicazgo

Na escola Cacicazgo, alguns impactos positivos já estão sendo percebidos pelas Comissão Acadêmica. Segundo Miriam, com as formações "os familiares vão se tornando mais participantes no colégio, se sentem mais comprometidos com as tarefas de seus filhos, e isto favorece muito a Educação e também o entendimento entre todos, a boa comunicação entre estudantes, professores e familiares".

Quer saber mais sobre como organizar Formações de Familiares? Consulte este Caderno de Formação organizado pelo Instituto Natura e faça o módulo dedicado ao tema no curso EAD.

Leia também: Na escola Sor Juana, estudantes, professores e familiares aprendem juntos, e conheça os benefícios trazidos pela Formação de Familiares implementada em uma escola no México.

 

 

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